Qual é o processo para uma empresa ter ações na Bolsa de Valores?

Muitas empresas sonham em ter ações na Bolsa de Valores, entretanto, a grande maioria desconhece qual é o caminho que precisa ser percorrido para conseguir abrir o seu capital e atrair investimentos.

No último ano, o Brasil bateu recorde de empresas que estão abrindo o seu capital, sendo esse um reflexo da maturidade do mercado brasileiro. Entretanto, apesar desse crescimento, o processo para abrir o capital não é tão simples quanto parece.


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📈 Como uma empresa passa a ter ações na Bolsa de Valores
📉 Quais os benefícios de ter ações na Bolsa de Valores
📈 Conclusão


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Como uma empresa passa a ter ações na Bolsa de Valores?

Ações na Bolsa de Valores

Para começar a negociar ações na Bolsa de Valores, uma empresa precisa passar pelo processo de IPO que significa Initial Public Offering que traduzido ao português nada mais é que Oferta Pública Inicial.

Para isso, o primeiro passo que a organização precisa dar é mudar o seu enquadramento. Sendo assim, a empresa precisa deixar de ser limitada (Ltda) para passar a ser uma sociedade anônima (S/A). Afinal, os sócios que vão comprar a ação da organização na B3 serão sócios anônimos.

Devidamente enquadrada, a empresa precisa seguir o passo a passo que elencamos logo abaixo, para abrir o seu capital.

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Planejamento e auditoria

Um processo de IPO costuma levar de oito meses a três anos para acontecer. Um dos fatores que alonga o pedido é a auditoria das finanças da empresa.

Pois, a legislação brasileira exige que para abrir o capital é preciso ao menos que a empresa tenha três anos de balanços auditados. Se ela já tinha o hábito de auditar os balanços, o processo se torna mais rápido.

Nessa fase a empresa precisa determinar qual será o volume de recursos que pretende captar, a composição das ações que serão oferecidas, e a valoração da empresa.

Reuniões de apresentação da empresa

A próxima etapa, chamada de Roadshow, consiste em apresentar a empresa e a oferta para o mercado. Esses são encontros com analistas financeiros, corretoras e potenciais investidores institucionais.

A intenção é despertar o interesse dos grandes investidores para que eles participem do negócio. No Roadshow, há também a presença dos principais executivos, incluindo o presidente da organização.

Esse é o momento de esclarecer dúvidas e demonstrar confiança para o mercado, até porque, o objetivo é que o IPO seja um verdadeiro sucesso.

Processo de registro e listagem

Depois de se tornar uma sociedade anônima e apresentar o roadshow para os investidores institucionais, a empresa precisa fazer o registro como companhia aberta na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que é o órgão que regula o mercado acionário.

Uma vez registrada, é necessário pedir permissão para ser listada na Bolsa de Valores. Somente quem está listado, poderá negociar os seus papéis no pregão. Nesta etapa, a organização precisa escolher o segmento da listagem. Ao todo são 5 níveis:

  • Nível 1;
  • Nível 2;
  • Novo Mercado;
  • Bovespa Mais;
  • Bovespa Mais Nível 2.

Para cada um desses níveis é exigido algumas especificidades acerca de governança corporativa, inclusive o volume de informações que deverão ser divulgadas. Se a CVM aprovar o pedido, a organização precisará então lançar um prospecto da oferta.

Prospecto da oferta

Esse é um documento que contém todas as informações sobre a empresa e a distribuição das ações. Nele precisam constar o setor do negócio, a sua situação de mercado, quadro administrativo, os riscos e planos para o futuro etc.

Basicamente, no prospecto é preciso falar da empresa e da oferta em si. Ao elaborar esse documento é preciso que as empresas sigam uma estrutura pré-estabelecida que vai determinar o conteúdo e sua forma de apresentação.

Período de reserva das ações

Normalmente os grandes investidores, dentre eles fundos e fundações de previdência, demonstram interesse em participar de um IPO logo na apresentação do roadshow.

No entanto, investidores não institucionais, como no caso das pessoas físicas, não costumam estar presentes nesses eventos, e por isso é previsto um período de reserva antes que o IPO seja de fato realizado.

É durante o período de reserva que os investidores vão indicar quantas ações gostariam de adquirir, sendo isso feito através das corretoras credenciadas a participarem do processo.

Bookbuilding

A próxima etapa do IPO é o bookbuilding que vai considerar quantas ações os investidores institucionais decidiram comprar para determinar o preço que as ações serão lançadas.

Esse é um processo que vai permitir às empresas terem uma noção de aceitação da oferta pelo mercado, e então fixar um preço condizente com as expectativas gerais sobre ela.

No documento será também determinada uma data prevista da oferta, sendo o valor e a quantidade de ações divulgados, assim como a quantidade que poderão ser adquiridas pelos investidores não institucionais.

A estreia na Bolsa de Valores

A estreia na Bolsa de Valores é conhecida como Dia D e consiste na data em que as ações de fato começarão a serem negociadas no pregão.

É comum que exista uma certa euforia no primeiro dia de pregão, pois isso indica que o mercado recebeu com entusiasmo a notícia da listagem. No entanto, quando não há boas expectativas é comum que os preços caiam.

Quais os benefícios de ter ações na Bolsa de Valores?

Embora seja complexo e até mesmo demorado, um IPO costuma trazer diversos benefícios para as organizações. Um deles é o acesso à capital.

Com os recursos obtidos a empresa pode fazer novos investimentos, tanto em expansão de filiais, quanto aquisição de novos maquinários para lançar novos produtos no mercado, aumentando assim a sua rentabilidade.

Outro benefício é que a empresa passa a ter uma imagem mais sólida junto ao mercado, uma vez que terá que apresentar um grau de governança mais elevado.

Conclusão

Conclui-se com este artigo que abrir o capital na Bolsa de Valores não é um processo simples e nem rápido. Entretanto, ele é benéfico para uma empresa que está querendo se consolidar no mercado.

Para os investidores pode ser um bom momento de adquirir os papéis da empresa que poderão ganhar valorização com o tempo. Entretanto, investir em um IPO exige uma análise mais apurada do balanço da instituição.

Até porque, por se tratar de uma empresa nova, não se sabe ao certo se ela será ou não bem aceita pelos investidores, e com isso, não há a certeza de que suas ações vão se valorizar.

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